
Analfabetismo
Joám Luís Ferreiro Caramês
A estas alturas do século XXI, nos países desenvolvidos, a percentagem de gente analfabeta é praticamente inexistente, ou é anedótica e reduzida a grupos de idade avançada. Mas isto é quando o que se mede é simplesmente a capacidade de escrever e ler. Há um outro termo, analfabetismo funcional, que se refere à capacidade de compreensom do que se lê, aqui a cousa começa a ir a pior. Mas finalmente, e tendo em conta que estamos já no ano 17 do século XXI, onde cada vez a ciência e a tecnologia tenhem um papel mais determinante nas nossas vidas, o nível de analfabetismo científico é demasiado elevado.
Há um par de semanas, saía nos jornais umha notícia da Turquia em que se informava de que para o ano 2018 vai deixar-se de explicar nas escolas a teoria evolucionista; iguala-se assim à Arábia Saudita, ainda que nom seja preciso ir a países árabes para chegar a esta aberraçom. Nos EUA, há vários estados em que inclusive na escola pública se ensina em igualdade evoluçom e criacionismo (sob o eufemismo de desenho inteligente). Depois aparecem as estatísticas que mostram as conseqüências desta aberraçom: 50% dos ianques crê na criaçom e nom na evoluçom, 40% di que o universo foi feito por Deus e nom é conseqüência do big bang, ou 25% pensa que é o sol o que gira arredor da terra. Todo isto nom deixaria de ser umha anedota se nom fosse polas implicaçons posteriores que tem. E aqui, estamos melhor? No último estudo, de dezembro de 2016, da “Fundación española para la ciencia y la tecnologia”, indica que a situaçom nom é muito boa. Ainda que sem chegar à situaçom dos EUA, há indicadores que demonstram que o nível de analfabetismo científico é preocupante.
Na Galiza, 11% pensa que é o sol o que gira arredor da terra, 20% acredita que seres humanos e dinossauros fôrom contemporáneos ou 20% pensa que comer fruta modificada geneticamente pode modificar os próprios genes humanos. Muito mais grave ainda é que mais de 50% pensa que os antibióticos som efetivos contra os vírus. Mais ou menos estamos na média de Espanha, ainda que nalguns casos como o da homeopatia na Galiza acreditem nela 18% e em Espanha 26%. Mas todo isto, nom som mais que sintomas de umha situaçom muito grave, inclusive algumhas das afirmaçons podem parecer até simpáticas, mas longe disto som provas da gravidade do assunto. O analfabetismo científico tem conseqüências graves e até perigosas, tanto a nível individual como coletivo. E, ao invés, a formaçom científica dá-nos o critério suficiente para nom sermos carne de pseudociências, enganos e informaçom maliciosa. Ainda que hoje já nom tenha tanta credibilidade “oficial”, mas si real, a chamada astrologia, com a elaboraçom do horóscopo, quando a base do seu corpo argumental na influência dos “astros”, já sejam planetas, estrelas, satélites. Só com pensar daríamo-nos conta que umha maçá na leira do vizinho tem umha influência gravitatória maior sobre nós que umha estrela a anos luz. Bom, nesse caso está claro, mas que ocorre com os campos magnéticos dos telemóveis, aí já começa a haver problemas, ou com a homeopatia, ou os transgénicos. É muito mais grave ainda quando vemos que a maior fonte de informaçom da gente quando tenhem algumha dúvida científica, é a internet, facebook, google, youtube... Todos e todas vimos vídeos de como coziam um ovo só com ondas dum telemóvel ou testemunhas de gente curada com homeopatia ou com visitas a Lourdes. Que fácil é enganar quando nom há formaçom básica!. Hoje vendem-se patranhas ou pseudociências como a homeopatia com todo o descaramento do mundo, vendem “medicinas”, diluiçons infinitesimais ao ponto de nom ficar nada do “princípio” diluído, mas como a água tem “memória”, avonda para curar. Há de novo um auge das ciências paranormais e religions de todo o tipo, das de sempre e das de sempre vestidas de novas. Agora acontece que os seres humanos somos o resultado dumha mistura dum símio e extraterrestres...
Há tolarias de todo o tipo e se estám nos meios é porque alguém acredita nelas. Nalguns casos os efeitos som pessoais, como chegar a morrer por acreditar na homeopatia ou alimentar-se segundo algumha teoria que nos conecta coa “energia universal”. Mas é muito mais grave quando os efeitos som coletivos, quando a sociedade no seu conjunto sofre as conseqüências do analfabetismo científico. O caso mais claro seja possivelmente o da nom vacinaçom, com as múltiplas campanhas apoiadas em supostos informes feitos por cientistas e algumha e algum famoso na moda que dim que se provoca autismo... O perigo que hoje é umha realidade é que há umha massa cada vez maior de crianças sem vacinar, já houvo mortes e haverá mais. Um dos avanços mas importantes da medicina moderna que permitiu a erradicaçom de doenças como a varíola está em perigo. As campanhas genéricas contra os transgénicos, dizer que a transgénia é má e que mata, é o mesmo que dizer que os carros som ruins e matam, a transgénia precisa controlo, mas nom é daninha por definiçom. No mesmo BNG, nalgum concelho da minha comarca, suponho que passaria noutros lugares com cousas similares, também se chegárom a fazer campanhas contra o wifi. Há uns meses houvo umha campanha para a nom eliminaçom da Filosofia no ensino, com a qual concordo. Mas o que se passa com a Ciência? Por exemplo, a Filosofia é obrigatória em qualquer bacharelato, mas a Física e Química e a Biologia e Geologia só som optativas numha das três modalidades de bacharelato. Algo vai mal... Como já dixem antes ainda que nalguns casos provoquem o riso o analfabetismo científico provoca problemas muito sérios e perigosos. Quando algumha cousa vem com a “vitola científica”, haverá que comprovar se é realmente ciência ou patranha, e ainda que nalguns casos seja simples identificar as mentiras sabendo de onde saem, há casos mais complicados. A melhor maneira de evitar ser enganados é ter umha formaçom científica básica que permita discernir onde esta o verdadeiro e onde está o falso. E quando alguém tem responsabilidades públicas e/ou políticas deve ser muito cuidadoso e cuidadosa. Há muito em jogo.
Este artigo é também em lembrança de John, companheiro que ainda que nom está fisicamente, está na memoria de muitos e muitas de nós.
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