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Ondear o símbolo

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Joám Lopes Facal

Maio, 2016

Gostaria que se utilizasse a grafia do português conservado nosso próprio idioma: Manuel Maria; foi o lema eleito pola Associaçom de Estudos Galegos, AEG, para comemorar o Dia das Letras de 2016 em que se celebrava o centenário da fundaçom das Irmandades da Fala. O lema dá bem com o sentir da AEG que vindica a fidelidade ao galego da Galiza por cima da lealdade ao português da Galiza. Duas visons complementares no fundo embora divirjam em perspectiva e estratégia.

A tribo AGAL surpreendeu a concorrência com elegantes fatos de modernidade retro e um recitado de refrans onde era fácil perceber a ironia descontraída do Suso Sanmartim. A república AEG levava fato quotidiano e portava estranhas bandeiras galegas com os extremos da banda azul esgalhada em ambos os extremos. Sentim nom poder presentar os cumprimentos aos elegantes amigos da AGAL por causa de ter as maos ocupadas numha faixa com a vera efígie de Manuel Maria. Em volta, corajosas entidades reintegracionistas com A Gentalha à frente. A massa comum era tam variegada como é habitual nestes festivais cívicos e a tutela e protagonismo do acto por parte dos agentes organizadores ‑ Queremos Galego e a Mesa pola Normalización Lingüística – inscrevia-se no consabido código binário: nós ↔ eles.

Os signos identificativos de cada família eram também os previsíveis: a estrela vermelha ‑ sementada nas bandeiras pola revoluçom cubana de noventa e oito ‑ a fouce e o martelo que viu logo após, o branco e o azul que saltou à nossa bandeira também desde a saudade cubana de noventa e oito, e, junto com todos eles, um novo elemento: a bandeira galega com a banda azul esgalhada em ambos os extremos como emblema da AEG. Percebim algo de estranheza na concorrência polo inesperado logo empoleirado nas bandeiras por obra e graça do companheiro Paulo Rico Painceiras.

A potência do novo signo, que evoca de imediato um ser humano ergueito e aberto de braços e pernas, tem veneráveis raízes arcaicas e mas também o fulgor do mais exaltado humanismo renascentista. Nom evoca acaso o famosíssimo homem icónico de Leonardo da Vinci que proclama a divina proporçom canónica do corpo humano em perfeita harmonia com o círculo e o quadrado1?

A raiz arqueológica galega do desenho leva-nos directamente aos sepulcros da época sueva galega como estabeleceu num erudito trabalho acerca das laudas sepulcrais deste tipo achadas em Compostela e Iria Flávia, o arqueólogo da Catedral de Santiago José Suárez Otero2.

A elegáncia do desenho – a maneira de solene tampa biselada para acolher um nobre defunto, ou de acolhedor telhado luguês a quatro águas ‑ e a sua feliz combinaçom com a banda diagonal que atravessa a bandeira galega fam da proposta de Paulo um poderoso símbolo identitário. Um caudaloso rio que nasce de vários afluentes e culmina numha generosa foz plural. Ou, se queremos, a heterogénea origem de que provimos e o destino plural onde nos projectamos, nas longínquas comunidades emigradas, nas lusofonias intercontinentais.

1 http://historiaybiografias.com/divina_proporcion/

2 Suárez Otero, J. (1997): “Sobre las laudas de “doble estola” en Santiago de Compostela e Iria Flavia. Apuntes cronológicos”, em Abrente, revista da Real Academia Galega de Belas Artes, número 29, Corunha.

Última modificação emQuinta, 19 Mai 2016 10:18
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