Centenário de José Velo
Xurxo Martiz Crespo
Este ano 2016 é o ano do centenário do nascimento em Cela Nova (1916) do luitador armado de palavras, armas e obras, José Velo Mosqueira.
Umha Comissom Pró-Centenário, da mao de Aser Álvares e Paco Macias, tenta deitar luz e tirar do esquecimento as suas palavras, armas e obras.
Conhecim José Velo em Caracas, nom pessoalmente, senom por meio dos muitos galegos que o tratárom, o seguírom e o admirárom. Foi precisamente Velo e a sua teima em que os galegos conhecessem o que eram o que me levou a aprofundar na história do exílio galego na Venezuela.
Incansável no seu exercício pedagógico entre milhares de galegos desconhecedores da sua história e da sua cultura, labor humilde injustamente esquecido. Motor e propulsor da uniom de todos os centros galegos de Caracas, deu um passo de gigante quando mostrou ao mundo que nom todo estava perdido, que as letras, palestras, programas radiofónicos estám bem e som necessários, mas que há momentos na vida em que há que passar à açom. Ante a rendiçom de muitos que sonhavam com a morte do ditador na cama e umha pobre transiçom que reduzia as naçons sem Estado da península a entidades administrativas descentralizadas com bandeiras e parlamentos de cartom pedra.
O contributo de Velo, nestes tempos tam necessitados de mestres e guieiros, é a proibiçom da rendiçom e a possibilidade da redençom. A humanidade deu centos de exemplos na história e a Galiza também. A açom armada (1961) do Diretório Revolucionário Ibérico de Libertaçom (DRIL) seqüestrando o paquebote português Santa Maria nom foi umha açom «quixotesca», senón valente e arriscada, e pujo em evidência o franquismo como umha ditadura e o antifranquismo republicano espanhol como um exílio derrotado e conformista. Aparecem José Velo e o comandante Soutomaior, ambos galegos de naçom, como os últimos dos homens justos para lhe dizer ao mundo que no nosso país nom todos fôrom nem castrados nem domados.
224 comentários
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Sou brasileiro e quase chorei de paixão quando descobri, a pouco tempo, a similaridade das nossas línguas. Não vejo a hora de visitar a Galícia.
Bem vida esta lembrança dum homem honesto, humilde, e generoso, que tivo aos humildes e ao povo galego como referentes da sua razom de ser.
Umha testemunha da GZ resistente, sempre pronta a renascer como a landra de carvalho quando se retira o mato que abafa a terra. Um Quixote? Seguramente embora sejam os Sanchos -aqui e em toda a parte- os que abundem.
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