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A virxe das areas nom é o Twin Peaks galego

A virxe das areas nom é o Twin Peaks galego

Afonso Mendes Souto

Antonio M. Fraga (Ponte d’Eume, 1976) já ganhou os prémios Merlín (2013) polo Castañeiro de abril e o 1º prémio Antón Risco (2016) por Querido H.P. Lovecraft. Com o título que aqui nos convoca, o seu autor, foi finalista do prémio de novela por entregas de La Voz de Galicia em 2015. Esta é a bagagem de reconhecimentos, desde o primeiro livro publicado em 2013, deste prolífico e galardoado autor. Ainda que estas nom sejam as suas únicas obras, já que conta com mais títulos, em concreto para o ámbito da literatura infantil e juvenil.

A virxe das areas (Edicións Embora, 2017) é um conjunto de capítulos muito breves. Nesta novelinha apresenta-se-nos um mistério através de duas vizinhas de Vilar de Sembra, no mundo da Costa da Morte, onde perto da igreja da Nossa Senhora das Areas encontram desorientada umha rapariga, Norma Lago, que levava anos fora da vila. Paco Louro, jubilado do lugar, começa a mexer no passado da vila para investigar o que pudo acontecer.

O livro é dedicado à professora e realizadora de cinema Olaia Sendom (Ourense, 1978). O autor explica na dedicatória que a cineasta foi determinante ao lhe dar a conhecer a localizaçom finalmente escolhida para a obra e para ajudar a «tecer a historia». A presença da realizadora deveu ser determinante, tamém, para contagiar um ritmo cinematográfico que, sobre o resto das novelas do autor, já de por si bastante dinámicas, fai-se especialmente ágil polo esmero na evocaçom do visual. Com esta técnica cinematográfica dá-se a quem lê a novela pequenas doses de mistério para agarrar e continuar a ler.

É destacável o uso que o autor fai da natureza, através da sua descriçom, vai-nos dando, de forma progressiva, sensaçons que acabam por confirmar-se com os próprios acontecimentos: «Cando Paco Louro saíu da casa aquela mañá un ceo limpo e azul sepultaba a lembranza do temporal que, a comezos deste mes, arrasara a costa cunha lambedela de vento e chuvia como non se lembraba na contorna» ou «O ceo estaba cuberto por un manto estrelado, coma se alguén sementase candeas alén dos cumios das árbores. Os bordes da estreita lingua areosa onde medraba o piñeiral estaban ocupados por cadansúa praia. A do leste, da banda da vila, era longa e de arena fina. A do oeste, pola contra, máis que praia era unha sucesión de calas de croios, zarrapicadas por rochas que emerxían aquí e acolá igual que verrugas na pel vella. No seu final, detrás das penas, intuíase ao lonxe o edificio da vella baleeira».

Sem dúvida, tais descriçons evocam-nos o mundo do realismo mágico. Porque A virxe das areas nom é o Twin Peaks galego, mas tem um agradável ar a este ícone da televisom e Vilar de Sembra à vila linchyana, cujo espaço com bosque tamém contém umha fábrica nele, madeireira, no seu caso. O de Twin Peaks é um mundo nom isento de realismo mágico ou, ao menos, qualquer cousa bastante próxima dele.

areHá mais piscadelas que o autor fai à série. Por exemplo, na novela tamém se aponta para um crime cometido com umha rapariga, menina de nome que recorda Norma Jennings, a amável empregada do balcom onde se servia café às e aos habitantes de Twin Peaks. Nom é por acaso que a série coincida do ponto de vista geracional com Fraga e Sendom.

Para além da brevidade destes capítulos e pola ausência de pretensons estilísticas pomposas, logrado graças a recursos mais visuais, nesta obrinha apenas impera o critério de entreter contando umha história através do mistério, só com o uso reiterado de um estilo cheio de nobreza, conseguido com técnicas cinematográficas, por parte de quem só pretende entreter e contar histórias singelas.

Última modificação emSegunda, 22 Janeiro 2018 10:46
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